quinta-feira, março 22, 2007

Noticias

Biotecnologia está em expansão em Portugal

O sector da biotecnologia representa já em Portugal cerca de 12 milhões de euros, com 41 empresas a darem os primeiros passos. Com o desenvolvimento das sociedades de capital de risco, está aberto o caminho para o crescimento de empresas de biotecnologia, que tem privilegiado as áreas da saúde e agro-alimentar.

A biotecnologia enquanto indústria está numa fase de expansão e o Governo está disposto a continuar a apostar na investigação e na transferência desta para o meio empresarial. A garantia foi dada por Mariano Gago, ministro da Ciência e Inovação, no primeiro Encontro Nacional de Empresas de Biotecnologia - Biomeet, que decorreu no Biocant Park, em Cantanhede. As 41 empresas de biotecnologia que existem em Portugal representam já um investimento de 12 milhões de euros, a maioria possibilitada por sociedades de capital de risco, como a PME Investimentos, e esta aposta governamental deve continuar já que, segundo Mariano Gago, os jovens cientistas "são um factor de optimismo para o desenvolvimento do país".

O sector, que sofreu um ligeiro atraso, encontra-se actualmente "numa fase de expansão, que beneficia de 20 anos de conhecimentos acumulados", referiu o ministro da Ciência. "Finalmente os 20 anos de investimento de formação e acumulação de saber permitem hoje o desenvolvimento do sector empresarial da biotecnologia", disse, advertindo, no entanto, os jovens cientistas para a necessidade de alargamento da base científica destas empresas, mesmo as que já consolidaram mercado, para que consigam sobreviver.

Autor: Tânia Moita

Fonte: Jornal de Notícias


Elevados níveis de pólen fazem aumentar os casos de alergia

Os efeitos da lagarta do pinheiro ou processionária e os elevados níveis de pólen no ar têm levado inúmeras pessoas aos hospitais nos últimos dias, designadamente crianças em idade escolar (ler textos na página seguinte). A primeira, que não é uma doença alérgica, provoca irritações de pele que podem ser evitadas desde que se mantenha uma distância segura dos pinheiros. Já as alergias da Primavera podem igualmente ser atenuadas, com os devidos cuidados e tratamentos adequados.

"É muito vulgar nesta altura do ano aparecerem crianças com irritações provocadas pela lagarta do pinheiro, porque é um bicho colorido, que os mais novos gostam de pegar. Esquecem, ou não sabem, que este animal larga umas espículas que em contacto com a pele provocam uma forte irritação, mas não se trata de uma doença alérgica", explicou ao JN o pediatra Lopes dos Santos.

A intoxicação por contacto com a processionária ocorre essencialmente na Primavera, e este ano o seu ciclo de vida foi mais acelerado devido às condições climatéricas favoráveis.

O estado do tempo este ano foi também favorável ao aumento das alergias de Primavera, ou aos pólens, que provêm das plantas, arbustos, ervas e essencialmente fenos. Desde há algum tempo que a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica monitoriza e faz a contagem dos pólens no país. "Este ano os níveis são muito elevados. Logo, estão a surgir muitos mais casos de alergias aos pólens do que no ano passado, por exemplo, cujos níveis foram menores", afirmou Mário Morais de Almeida, presidente do Colégio de Especialidade de Imunoalergologia.

As alergias de Primavera afectam milhares de portugueses, "são muito frequentes e comuns, no entanto muito desconhecidas", sublinhou Mário Morais de Almeida, acrescentando que muitas vezes as pessoas que têm os sintomas (olhos irritados, nariz tapado, pele mais seca, tosse), que afectam a sua qualidade de vida, pensam que estão constipados e tentam tratar-se com antibióticos, quando o problema é uma alergia que devia ter tratamento adequado".

Mesmo com um tratamento adequado, num ano como este, em que os níveis de pólen são muito elevados, são frequentes os casos de conjuntivite alérgica, rinite alérgica, asma e eczemas atópicos, que necessitam de assistência médica.

No entanto, salientou o especialista, "as pessoas não se devem deixar controlar pela doença alérgica".

Lembra, ainda, que não existe cura para as alergias. "Há medicamentos que numa urgência melhoram o estado do doente. Por outro lado, além de todos os cuidados, como evitar a exposição ao factor a que são alérgicos, existem ainda as vacinas, que podem levar à cura, não no imediato, mas ao longo do tempo".O especialista alerta ainda para o perigo de se confundir o que provoca as alergias, que não é o caso das sementes do choupo do Canadá que se têm visto, por exemplo, pelo Porto. Em grandes quantidades pode provocar irritações nos olhos, garganta e boca.

Autores: Virgínia Alves, Alfredo Cunha

Fonte: Jornal de Notícias

terça-feira, março 13, 2007

Engenharia Genética

A engenharia genética, de uma maneira geral, envolve a manipulação dos genes e a consequente criação de inúmeras combinações entre genes de organismos diferentes. Os primeiros experimentos envolveram a manipulação do material genético em animais e plantas com a transferência dos mesmos para microorganismos tais como leveduras e bactérias, que crescem facilmente em grandes quantidades. Produtos que primariamente eram obtidos em pequenas quantidades originados de animais plantas, hoje podem ser produzidos em grandes escala através desses organismos recombinantes.


Outros benefícios também foram obtidos com as técnicas da engenharia genética:

-A inserção de genes de uma determinada espécie em outra não correlacionada, pode vir a melhora esta última, que passa a apresentar determinadas características outrora não existentes.

-Produção de vacinas, melhora de características agrônomicas de plantas e da qualidade dos animais de corte, por exemplo, perfazem um quadro das melhoras trazidas com a utilização da tecnologia do DNA recombinante ou da chamada engenharia genética.


A tecnologia do DNA recombinante:


A identificação dos genes não é tudo. O próximo passo nessa tecnologia faz-se pela cópia dos mesmos e a sua inserção em outras células. Essas céluas podem ser bactérias ou outros microorganismos que crescem facilmente; ou células de plantas e animais, onde o determinado gene inserido traduz uma proteína requerida pelo organismo. Para esse trabalho, os cientistas se utilizam de novas técnicas bioquímicas, usando enzimas que quebram a fita de DNA em pontos específicos (enzimas de restriçao). Com isso o DNA pode ser manipulado, pois o fragmento quebrado pode ser inserido em outra fita de DNA (em outro organismo, por exemplo, que também tenha sofrido a quebra do seu DNA) - plasmídeo. Depois o fragmento de DNA e o vector são ligados através da ligases de DNA. A inserção de genes dentro de diferentes organismos pode ser feito facilmente com a utilização de plasmídios bacterianos _ pequenos círculos de DNA que são muito menores que o cromossomo bacteriano. Alguns desses plasmídios podem passar facilmente de uma célula para a outra. Esses plasmídios são capazes de sintetizar a proteína desejada, mediante a inserção de uma sequência específica de DNA. A insulina humana utilizada no tratamento da diabete pode agora ser produzida desta maneira.


O que são enzimas de restrição?

Uma enzima de restrição reconhece somente uma sequência única de bases (específica). DNAs de origem diferente sob a acção da mesma enzima de restrição produzem fragmentos com o mesmo conjunto de extremidades coesivas simples. Portanto, fragmentos de dois diferentes organismos (por exemplo, bactéria e homem) podem ser ligados por renaturação das regiões de extremidades simples.

O que são ligases de DNA?

Estas enzimas promove a ligação dos fragmentos de DNA em vetores previamente clivados por enzimas de restrição.

O que é um vector?
Um vector é uma molécula de DNA à qual DNA estranho pode ser ligado e posteriormente inserido nas células de modo a que o DNA recombinante se possa replicar. Os vectores servem de transporte do DNA recombinante para células hospedeiras.

DNA complementar:

Usando-se como molde RNA mensageiro (sem intrões) liga-se a esse a enzima de transcriptase reversa sendo o produto dessa reação o DNA complementar ou cópia da mensagem, abreviadamente chamado de cDNA. Como o cDNA é ama cadeia simples, junta-se DNA polimerase para se tornar dupla.


Reacção de Polimeralização em Cadeia (PCR):

PCR - consiste em fazer cópias de DNA, usando os elementos básicos do processo de replicação natural do DNA.

Existem três etapas:
1- Desnaturação: a temperatura é elevada de 94 a 96ºC por pouco tempo para que haja a separação da dupla cadeia de DNA.
2- Elongação: a temperatura é reduzida entre 50 a 60ºC para que os iniciadores se anelem (pareiem) com o DNA. Depois é colocado a DNA polimerase para ocorrer a respectiva elongação desses iniciadores.
3- Replicação: em seguida um novo ciclo é iniciado. Normalmente são realizados de 25 a 40 ciclos para cada reação.


Organismos geneticamente modificados (OGM):

Os OGM são organismos cujo material genético (ADN) não foi modificado por multiplicação e/ou recombinação natural, mas pela introdução de um gene modificado ou de um gene pertencente a uma outra variedade ou espécie.

OGMs possuem alteração em trecho(s) do genoma realizadas através da tecnologia do DNA recombinante ou Engenharia genética.
Transgénicos são organismos geneticamente modificados. Na maior parte das vezes que se fala em OGM, estes são organismos transgénicos.


Exemplos da utilização da engenharia genética podem ser dados na produção de :

Melhora da qualidade das vacinas contra as doenças;
Produtos humanos puros e em quantidades comerciais como a insulina e hormonas de crescimento;
Produção de antibióticos por meios mais económicos ou outrora não existentes;
Plantas mais resitentes a pesticidas, doenças e a insetos;
Plantas com melhora em sua qualidade nutricional.